Esperanças em uma cansativa jornada

Fim de tarde no CIEPS.

Ainda falta uma longa e cansativa fase da jornada...

Mas esse arco-íris bem que deu uma re-energizada no gás!

IAÔ!

Jagube

Todo tirado em nosso quintal em Rio Branco.

Sabedoria

Sábio é aquele mudo por natureza.

Mais sábio é aquele mudo por opção.

Coitado de mim

Coitado de mim! Mesmo com tantas bênçãos derramadas sobre meu caminho, basta uma simples fagulha para transformar os meus sentimentos e cegar minha percepção!
Coitado de mim! Não sou capaz de suportar o mínimo descontentamento sem alterar minha fé e meu amor!
Coitado desse insignificante ser que se deixa levar por ínfimas necessidades temporárias e não é capaz de renunciar sua vontade para satisfazer os desígnios do Pai!

Parece presunção ter pena de si. Todavia, outro sentimento não representa o que pensar desse ridículo buscador! É muita falta de humildade pensar que já se deu algum passo no caminho se na verdade nada é o que tenho feito!

Como achar que sofro se meus pais me deram a educação, maior tesouro que se pode obter com meios desse mundo? Pois bem, como então achar que sofro se tenho pernas, braços, força para caminhar e saúde para aprender?

Mas mostra-me Senhor como achar que sou feliz se encontro-me tão distante de Ti? Como sentir Tua Paz se essa mula dá coices a cada palavra mal interpretada? Se essa indomada não recebe Teus ensinamentos agradecida e pacífica?

Óh Pai! A Verdade é cruel para aqueles que esperam nos Homens! Só Tu és minha Vida! Só Tu podes me confortar! Só em Ti encontrarei o que busco! A Paz!

Aquele que tem paz apenas enquanto não é contrariado está distante da Paz Verdadeira! E assim ainda sou. Basta uma pequena fagulha para a ilusória paz se esvaecer e a mula dominar o cavaleiro. Ó coitado de mim! Que enxergo e não faço! Que sinto e não pratico!

Só falando a Ti sinto-me completamente compreendido. Só em Ti sinto-me totalmente perdoado, apesar de nenhum merecimento para tal. Óh Pai! Conforta-me com Tua Luz! Conforta-me no bom propósito, pois independente de resultado, aquilo que faço com pensamento em Ti, para mim, já é a felicidade!

Dai-me força óh Cristo Imperador! Para que eu possa continuar tentando! Perdoa tanta mediocridade e rebeldia!

"Senhor, que nossos olhos se abram!"

Com a força de Juramidã, hei de arrebentar as amarras da vaidade e da sensualidade!
Que Santa Teresa, São Paulo e São Irineu sirvam de inspiração na minha jornada! Perdoa-me óh Pai por tamanha ingratidão!

Que a Paz reine aqui e sempre! Amém!

Oi Dunga

Quem mora nas proximidades do CEFLIMMAVI, aqui em Rio Branco, certamente conhece o Dunga. Residindo em uma mangueira e em um jambeiro (este em nossa casa), não deixa de avisar quando está com fome gritando e repetindo "oi Dunga".

Mucura

Um tipo de gambá. Pelos vestígios, matado sem dó.

Aranha

A Mula nossa de cada dia

Certas vezes descrevo uma vontade ferrenha de "domar a mula". Venho hoje, nessas Santas Horas, tentar descrever qual sentimento retrato nessa expressão.

Em uma passagem bíblica (em mais de um evangelho), encontramos que Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumentinho. O que afirma ensinamentos já trazidos no antigo testamento, como:

"Eis que teu Rei vem a ti, cheio de doçura, montado em um jumentinho."
ZC 9,9.

Pois bem, mula é o indivíduo fêmea resultante do cruzamento de um jumento com uma égua. Quando a cria é macho, chama-se burro.

Minha súplica de "domar a mula" seria mais bem descrita se usasse "Burro", já que não há dúvidas quanto à masculinidade de meu corpo físico. Mas ficaria muito pejorativo e um tanto quanto agressivo.

Compreendo que tudo na Bíblia traz um sentido velado, o qual se revela apenas àqueles capazes de assimilar seus ensinamentos. Sinto-me empelido a reforçar o alerta que não sou o dono da Verdade e essa é apenas a minha impressão sobre o assunto.

Jerusalém seria o Reino dos Céus, o paraíso, etc. E o "jumentinho" seria o nosso corpo material, nosso aspecto mais denso e grosseiro.

Paulo diz em Romanos, 7:15: "Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que aborreço". E ainda continua (Rm 7:20): "Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado que em mim habita".

Isso exemplifica a guerra que travamos entre nosso Eu Verdadeiro (nosso espírito) e nossa Mula (nosso corpo físico).

Jesus consegue montar em seu jumentinho e adentrar Jerusalém, sendo louvado. Ou seja, Jesus, em sua disciplina consegue ter total domínio sobre o corpo físico, fazendo apenas o que o Espírito deseja, sendo esse domínio um requisito primordial para o que Santa Teresa Dávila trata de "casamento com Cristo".

Quantas vezes refleti que não deveria ter falado, pensado ou até mesmo agido de tal maneira. Muitas dessas vezes, no exato momento, desejava agir diferentemente, com luz, paz e amor, mas a raiva, a ignorância ou outro aspecto inerente da mula não deixou.

O Bispo Tomaz de Kempis ensina que se o homem conseguir refrear o desejo da gula conseguirá dominar qualquer outro aspecto do corpo se tiver vontade. Daí explica-se muito a importância da prática de jejum.

O Mestre Raimundo Irineu Serra deixou claro a recomendação de dieta específica para os trabalhos espirituais. Dieta essa quase impraticável para aqueles dominados pela sensualidade ou amarrados na vaidade.

De onde nascem os vícios? Certamente da rebeldia dos jumentos e mulas. Por exemplo, alguns tentam parar de fumar, mas o corpo necessita, pede e domina a vontade. É necessário força e persistência para vencer qualquer dessas batalhas.

Mulas são animais extremamente fortes!
É inevitável seu uso para a travessia do caminho, mas é de suma importância o amansar desse animal antes de conseguirmos direcioná-lo para onde queremos.

Esse é um trabalho diário e constante. A todo momento a mula quer empacar ou seguir sua própria vontade. Para atingirmos a meta é preciso muito suor e, certamente, muito sofrimento, com penitências, desapegos, resignação e fé.

Apenas com o pensamento ininterruptamente voltado a Deus, pode-se chegar a despertar o Cristo que bate à nossa porta.


Que Cristo nos dê força para superar as adversidades e domar a cada dia essa mula!

Homini Pax!

Abandono

Por que sofremos com as mazelas alheias?

Única explicação plausível ao meu entendimento é que estamos todos interligados, conectados de uma forma ou de outra.

Deslocando-me nas ruas de Brasiléia, encontrei esse, digamos assim, coitado animal.

A foto ainda não retrata tamanho descaso oferecido a esse bichano. Suas feridas abertas na coluna e na perna causam certa repulsa. Seu estado deprimente causa indignação com o abandono.

Culpados? Creio que não...

Inocentes? Tampouco.

Salvadores?? Improvável...

Mesmo com o pouco de ração (de gato) que consegui para dar-lhe, certamente seus problemas não amenizaram. 

Certo tempo houve um tipo de "corrente" cibernética contra um dito "artista" que obrigou um cachorro a passar fome e sede até morrer em uma exposição, no mínimo, excêntrica. Procurando, acha-se facilmente as fotos na Internet desse caso. 

A indignação era geral.

Agora não entendo a falta de indignação com o mesmo acontecimento debaixo de nossos olhos... Ou será que só acontece aqui em Brasiléia?

Os transeuntes passavam e até olhavam, mas nada faziam...

Também fazer o quê?

Dar um pouco de ração de gato? É, talvez isso adie um pouco seu cruel destino...

Recolher, tratar, adotar, cuidar? Isso sim seria ótimo! Mas ainda não poderia... por enquanto!

Bom trabalho realizado sem mesmo recolher animais tem sido feito pelo Instituto Nina Rosa

que serve de exemplo.

Vamos seguindo fazendo o pouco que está ao nosso alcance e Bola pra frente!

Pequena, filha de Simão