terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Estrela Guia


"Vou chamar a Santa Estrela
Para vós vir me guiar
Iluminai meu pensamento
O oceano e beira-mar..."

Nas instruções deixadas pelo Chefe Império Juramidã, registradas no seu lindo hinário O Cruzeiro Universal, a palavra 'estrela' se repete por mais de 30 vezes. Algumas dessas está claro o significado, outras nem tanto.

Assim como as 'asas de anjo', as estrelas podem ser denominações para várias emanações de luz. 

Esclareço que os anjos não tem asas como os pássaros ou os aviões. Para quê teriam? Para voar? Uma imaginação muito limitada essa explicação, já que seres de luz não precisam vencer a gravidade para "voar"...

A explicação de asas nas representações de anjos deve se dar devido às visões que alguns nobres felizardos tiveram desses seres iluminados. 

Como não sabiam o que eram aqueles raios projetados desses seres, logo descreveram como asas... Como em sonhos, quando não entendemos nada, e não podemos descrevê-los, falta-nos palavras, pois nosso mundo material, nosso acervo, é extremamente limitado ao se comparar ao plano astral.

Assim como um homem que nunca esteve na Floresta, descrever-la-ia como muitas árvores grandes, outras pequenas... Chamaria palmeira, cipó, trepadeira, arbusto, tudo de árvore grande ou pequena. Chamaria de tribo uma aldeia, de fazenda uma colocação e por aí... Não é de se estranhar, já que falta-lhe o conhecimento, falta-lhe a intimidade. 

Enfim, venho falar da Estrela Guia que nos orienta ao caminho estreito da retidão.

Desprendido da literalidade, descorro sobre o que já aprendi.

Cristo vive em cada ser encarnado. Provas suficientes já foram dadas e nem o mais ortodoxo dos cristãos nega tal afirmação. A Bíblia está repleta de exemplos, assim como em Lucas 17:21, onde Jesus ensina que "o Reino de Deus está dentro de vós".

Caminhantes de outros ensinamentos tem outros nomes para Cristo, mas afirmam que a Luz, o Caminho, ou a Resposta está dentro de cada um. 

O nome pouco importa! Assim como o nome 'estrela' pouco importa.

Uma condenação que Jesus sofreu foi alegar que "em três dias reconstruiria todo o templo". Caso a palavra fosse deixada em segundo plano e o sentido da fala entendido, seus acusadores saberiam que o templo era seu corpo físico...

Complicado é discorrer palavras sobre assunto tão complexo sem deixar-me levar para outros focos. Retornarei à Estrela.

Cristo em nós, essa fagulha que muitas vezes não escutamos, resplandece como uma estrela, tamanha é sua claridade. Apesar de não fazermos por merecer, essa luz está sempre ali, apenas aguardando que abramos a porta ou, pelo menos, a janela para ela entrar. 

Muitos, assim como eu em tantas situações, não deixam essa luz entrar no castelo interior, e continuam se orientando pela escuridão da materialidade.

Como entender que "todos somos um"? Chega a ser um cliché no meio 'espiritual'. Principalmente na atualidade, quando as religiões e doutrinas orientais invadiram o ocidente, todos já ouviram e a maioria já repetiu que 'todos somos um'!

Quando deixamos nossa Estrela Guia, nosso Cristo Interior, nossa Luz, iluminar nossos pensamentos e mostrar a Verdadeira REALidade, isso é uma das consequências.

O Verdadeiro Bem só vem quando nos doamos para o "um". As consequências naturais são indescritíveis. Mas alguns tantos iluminados, como Teresa d'Ávila, deixaram registrados suas condições de União com o Todo. Em seu livro "Moradas ou Castelo Interior", ela descreve tal sensação.

Quando li esse livro, pouco entendia da necessidade de banir a literalidade nos textos altamente espirituais. Depois de estudar o que outros diziam sobre Santa Teresa e sobre esse livro, entendi um pouco... Quiçá um dia entender muito...  Mas o pouco entendido já fora revelador!

Agradeço muito ao irmão de caminhada que me presenteou com esse maravilhoso livro.

Assim, não há como descrever a Estrela Guia. Apenas posso afirmar que a felicidade é um estado de espírito. Não depende de dinheiro, relacionamentos, partidos ou qualquer outra coisa além de cada um. A felicidade está dentro de nós! Nossa Estrela Guia é o caminho para isto!

A Estrela Guia é aquela 'voz' que nos diz para irmos por um caminho, pedirmos perdão, ajudarmos um irmão... Muitas vezes representada por um anjinho ao pé do ouvido.

Não tenhamos as representações como a descrição da Verdade. Nosso espírito não escuta com os ouvidos, não vê com os olhos, não sente com a pele... Nosso espírito é pleno! Tem todos os sentidos (e mais alguns!) em toda a sua extensão!

Em meu caminho, muito me ajudou (e ainda ajuda) relatar minha Estrela Guia como a voz do meu coração. Mas engana-se aquele que pensa que escuto sair algum som do meu órgão bombeador de sangue. Quando mereço e silencio, tenho a sua voz...

É o melhor oráculo que alguma fagulha de luz pode imaginar! Tudo é um, inclusive nós, nossos 'Eus verdadeiros', nossos espíritos. Por isso, quando escutamos nós mesmos (nossos espíritos), nossa Estrela Guia, sabemos qual caminho a seguir para chegar mais perto do Pai, mais próximo do Início.

Aquele que ainda acredita ser o seu nome, a sua mão, seu rosto, seu corpo de carbono, chamar-me-á de louco. Mesmo a esses, afirmo que todos chegarão de onde saímos, da Verdadeira Luz, da qual a Estrela Guia é um lembrete!

Para aqueles que zombam dos buscadores, compaixão é meu rogativo, pois ainda procuram o caminho largo do egocentrismo e da separatividade.



Que Cristo nos ilumine banhando-nos de paz e discernimento!



"Santa Estrela que me guia
Vós me dê a Santa Luz
Os três Reis do Oriente
Que visitaram Jesus..."

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Materialidade Espiritual

"Mestre, quem de nós será o primeiro?" 
"Em verdade, vos digo: Aquele que quer ser o primeiro, que seja o servo dos outros!" 

O altruismo verdadeiro é um tanto quanto complexo e irracional para nosso ser inferior. Por isso, uma materialidade espiritual sempre está presente nos nossos atos ditos, a nós mesmos, como altruistas.

Um ato verdadeiramente altruísta só é capaz de surgir em um espírito muito evoluído e com o ser inferior um tanto já dominado a responder aos comandos do ser superior.

Vários são os exemplos de 'pegadinhas' que nosso ego inferior nos prega. Quem nunca praticou um ato benéfico ao próximo com o intuito de garantir um 'crédito' com Deus? Basta refletir silenciosamente que logo se perceberá tal paradoxo.

No momento dessa reflexão, nosso ego inferior, que jamais se cala sem o devido e árduo treinamento meditativo, tentará nos iludir novamente dizendo "não, fiz isso sem querer nada em troca..."

Mas quem não se chateia quando não recebe ao menos um "obrigado" em troca do seu ato rotulado em sua mente como altruísta?

Divagações de um pequeno aprendiz...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

O Natal

Data tão especial é o dia do Natal do Nosso Senhor Jesus.

Independente do setor de cada sociedade cristã, esse dia é ansiosamente esperado e muito marcante.

Impossível descrever em poucas linhas o que este dia representa. Apesar da grande desvirtuação do seu real significado, o apelo altruísta ainda permanece forte em todos os cristãos. Fácil explicar.

Cada ser humano possui uma fagulha de Cristo. Cristo simplesmente está dentro de nossos corações, pois é como está escrito: "O Reino dos Céus está dentro de vós". E é por isso que este lindo dia mexe tanto com a sociedade. Todos, de uma forma ou de outra, lembram que estão conectados uns com os outros.

É nesse dia que muitos perdões são pedidos e aceitos. É nesse dia que as pessoas falam com todas as outras desejando-lhes um "Feliz Natal", mesmo sem as conhecer... É nesse dia que o Papai Noel surge para alegrar sem maiores interesses!

O mundo seria bem melhor se todos os dias fossem 'natais'!

Bem, com isso em mente, venho transcorrer sobre belos sentimentos presentes no trabalho de Natal. Posso lembrar que foi no Natal do ano de 2006 que literalmente conheci o Chefe Império Juramidã durante fortíssima miração. Que magnífica luz! Tanta luz que fora impossível encarar, tamanha a vergonha de minhas falhas humanas.

Como já cantava o Vô Dilmo em um dos seus hinos: "O Natal é muito lindo, ele traz tanta riqueza, tudo que procura nele, nós encontra é com certeza"!

E nesse derradeiro Natal de 2008 não fora diferente. Diferente sempre o é. Contudo, a maravilha marcante da data não deixou de existir.

Quem conhece e trabalha com o Daime, sabe que os trabalhos são sempre bons. Todavia, existem trabalhos que extrapolam o 'muito bom'. E é desse sentimento que me circunda os trabalhos de Natal!

Tantas falhas a serem corrigidas... E é isso que me encanta na doutrina daimista. Conhecer e corrigir os meus defeitos, essa é minha meta com o Daime. E é isso que pode levar a melhoria do ser humano: conhecer-se sem fantasias, conhecer-se de verdade, e melhorar o máximo possível.

Muito poder-se-ia discorrer sobre cada detalhe do Natal. Pouco iria acrescentar entretanto. O registro importante de hoje é a beleza que envolve o planeta nesta data. Perseverança e fé são renovadas! Alegria e amor são despertos! Carinho e compaixão são alcançados! Que beleza!

É importante frisar que os outros trabalhos daimistas, como o dia de Nossa Senhora da Conceição e o aniversário do Padrinho Irineu são igualmente importantes e maravilhosos. E não significa que o Natal tenha uma importância superior, pois isso de maior ou menor não é do plano superior, é besteira da nossa ilusória separatividade!

Que riqueza são as verdadeiras amizades! Agradeço ao Pai Supremo por tamanho tesouro em minha vida! Rogo para que a humildade norteie os meus passos para um dia eu alcançá-la verdadeiramente!


VIVA A NOITE DE NATAL!

Já fazem muitos anos
Que meu Jesus nasceu
Vamos todos com alegria
Festejar ao Senhor Deus....

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Gavião apanhar de bem-te-vi?

Existe uma animada cantiga das rodas de capoeira cujo refrão diz assim: "você não viu, mas eu vi gavião apanhar do bem-te-vi!"

Recordei-a refletindo sobre a natureza da floresta. Na floresta é assim: o forte come o mais fraco.

O que me leva a devagar sobre o tema é uma cobrança de um bom amigo, seu João, durante prosa após trabalho de Nossa Senhora da Conceição. Esse amigo visitou o blog e viu minha apologia ao vegetarianismo. Indignado com isso em um blog chamado 'da floresta', disse que isso de não comer carne não é da floresta. Em seus argumentos, ele está certíssimo.

Alguns mais desinformados, acreditam pelo Brasil afora que Mestre Irineu era vegetariano. Infelizmente, devo ser o portador da nota que acaba com essa ilusão. Mestre Irineu, como bom seringueiro, comia carne sim. A que mais gostava era a de porco.

Jesus disse aos fariseus: "hipócritas! O que mata o homem é o que sai de sua boca, e não o que entra por ela!"

Em um e-grupo de discussão sobre Permacultura (o único meio atual de literalmente salvar o planeta!) certa vez houve uma divergência entre os benefícios de uma carrocinha de cachorro-quente que começou a vender lanches vegetarianos. Os membros mais sensatos louvaram a iniciativa. Os mais 'caxias' diziam que era a carrocinha 'do diabo' já que ainda venderia cachorro-quente tradicional com carne. O mais interessante foi o desfecho dado por uma sábia permacultora: "todos somos um, vegetarianos ou não!"

Receoso de delongas, quero expressar que o vegetarianismo por si não salva a natureza, o planeta ou os homens. Registra-se que Hitler era vegetariano.

Minha intenção da apologia publicada era um manifesto ao que tanto vejo no meu dia a dia profissional. Fazendas dentro de reservas, floresta abaixo... Tristeza a uns, dinheiro a outros...

Na floresta, existem os vegetais, os herbívoros e os carnívoros. Todavia, apenas um animal mata por ganância: nós, homens!

Não sou contra ao consumo de carne. Entendo que não deixei isso claro, pois falta-me tempo para detalhar certos fatos. Sou contra a ganância, a ignorância e a super valorização que é dada à carne no prato.

Quantas vezes escutei: "você não come carne? O que você come então?".

Como está escrito por Radha Burnier em um artigo da Revista Sophia n.24: "Se tivermos que continuar habitando a Terra, terá de haver uma revolução no relacionamento dos seres humanos com o planeta, dos seres humanos entre si e dos seres humanos com outras espécies. Uma sociedade comprometida com o crescimento como a única solução para seus problemas não apenas entra em competição com o mundo natural, como também seres humanos contra seres humanos".

Nesse sentido, toda a humanidade deve aprender a praticar a restrição. Caso contrário, mais e mais floresta virá abaixo, pois a resposta que mais escuto quando pergunto "mas o senhor quer colocar ainda mais gado aqui?" é um bem sonoro "mas é claro!".

Se te perguntarem se você quer mais dinheiro na sua poupança, qual seria sua resposta?

Na floresta, o mais forte come o mais fraco, assim como na selva de pedra.

Hoje na floresta, gado e pastagem são sinônimos de dinheiro a curto prazo. Infelizmente, essa é a realidade atual, aceitando ou não, concordando ou não.

Por isso, em nossa tamanha impotência ao capitalismo selvagem, conclamo a um trabalho de beija-flor: coma menos carne bovina!

Assim, como na famosa história do beija-flor que tentou apagar o incêndio da floresta, cada um estará fazendo a sua parte.

Não adianta reclamar dos fazendeiros. Eles seguem a regra do jogo. E digo que alguns deles são mais dignos e altruístas que vários vegetarianos que já conheci.

Não quero que o gavião vire sabiá. Sonho apenas com a conservação da Floresta.

Nunca me achei superior por não comer carne. Tampouco achei-me inferior. Faço isso consciente de que é o melhor para mim, para a floresta e para a sociedade.

O caminho do meio propagado por Buda tem disso. Entender todos os lados sem preconceito ou qualquer tipo de barreira e seguir o que sua consciência mandar.

Em uma guerra, não importa o lado, todos estão errados!
"Todos somos um, vegetarianos ou não!"

Você não viu, mas eu vi...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O tempo é agora!

"A melhor hora de plantar uma árvore foi há 10 anos, o segundo melhor momento é agora!"

Literal e subjetivo...

IAÔ!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Alimentação sem carne



Opções não faltam...

Cadeia energética

Para o bem do Planeta, coma menos carne! Principalmente a bovina!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Escutatória

"Quando não se tem nada bom a dizer, é melhor ficar calado!"
Walter Silva - meu pai

Uma carroça vazia é muito mais barulhenta do que uma cheia.

Devido à falta de tempo, transcrevo um e-mail muito interessante que recebi de uma amiga alguns dias atrás.

Vezes se passaram com vontade de transmitir certas palavras, contudo os afazeres diários e inesperados impediram até então.

Segue o texto>

Escutatória
Rubem Alves
 
Sempre vejo anunciados cursos de oratória.
Nunca vi anunciado curso de escutatória.
Todo mundo quer aprender a falar,
ninguém quer aprender a ouvir.
Pensei em oferecer um curso de escutatória,
mas acho que ninguém vai se matricular...
 
Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma".
 
Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça,
sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
 
Parafraseio o Alberto Caeiro:
"Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito;
é preciso também que haja silêncio dentro da alma".
 
Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer,
que é muito melhor...
 
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade:
no fundo, somos os mais bonitos...
 
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pelo golpe de 64.
Contou-me de sua experiência com os índios:
reunidos os participantes, ninguém fala.
Há um longo, longo, silêncio.
(Os pianistas, antes de iniciar o concerto,
diante do piano, ficam assentados em silêncio, [...]. Abrindo vazios de silêncio.
Expulsando todas as idéias estranhas.).
 
Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
 
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos,
pensamentos que ele julgava essenciais.
São-me estranhos.
É preciso tempo para entender o que o outro falou.
 
Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades.
Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza.
Na verdade, não ouvi o que você falou.
Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.
Falo como se você não tivesse falado".
 
Segunda: "Ouvi o que você falou.
Mas isso que você falou como novidade
eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou".
 
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo.
O que é pior que uma bofetada.
 
O longo silêncio quer dizer:
"Estou ponderando cuidadosamente
tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião. 
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro,
a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
 
Eu comecei a ouvir.
 
Fernando Pessoa conhecia a experiência,
e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.
 
A música acontece no silêncio.
A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada.
Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia,
ouvimos a melodia que não havia,
que de tão linda nos faz chorar.
 
Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros:
a beleza mora lá também.
 
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto...


domingo, 2 de novembro de 2008

Pelo Sinal da SANTA CRUZ



Em nome do Pai do Filho do Espírito Santo AMÉM!

Rogativo, ritual ou meras palavras?
Palavras repetidas inúmeras vezes todos os dias, mas poucos atentam para o Verdadeiro Valor de sua invocação.

Quando criança, fui ensinado por mamãe que toda a vez que eu fazia o Sinal da Cruz pensando em Deus, eu era abençoado por Ele.
Resultado: passei mais de semana dormindo fazendo Sinal da Cruz até cansar, um atrás do outro... O que importava era conseguir mais bênçãos possíveis.

Deixando um pouco a perspectiva afobada de menino, minha mãe estava completamente cheia de razão (apesar de não ter certeza se ela tinha plena realização sobre isso).

Em resumo, o ato de fazer o Sinal da Cruz -SdC é uma demonstração de Fé em Cristo, de Sua Libertação e Proteção. Ele é feito basicamente tocando-se a testa (ou 'terceiro olho') repetindo 'Em nome do Pai', toca-se o ponto referente ao chakra sexual (Chakra base ou raiz) repetindo 'Em nome do Filho', toca-se o ombro do lado oposto do braço que se faz o gesto repetindo 'Em nome do Espírito' e o outro ombro repetindo 'Santo'. Finalmente se conclui com a palavra 'Amém', onde cada um tem seu jeitinho especial de finalizar, beijando a mão, levando-a ao coração, aos céus ou juntando suas palmas...

O motivo principal que me levou a essa postagem é a forma como a maioria faz tal gesto altamente espiritualizado. Por ser tão simples, e tão repetido, acabou-se banalizando tão nobre gesto.

Muitos nem pensam ao fazer o SdC qual significado o envolve. É repetido como algo aceitável, algo de bem visto à sociedade... Como na figura acima, muitos fazem o SdC como um "X", o que o descaracteriza em sua essência. O lugar correto de tocar ao repetir 'Em nome do Filho' é o chakra sexual (não a genitália em si, mas bem próximo).

A pressa em fazer SdC, muitas vezes 3 vezes seguidas da forma mais acelerada possível parecendo que vai 'tirar o pai da forca' (demonstrando alta superstição), leva ao erro (comum e aceitável) de tocar o coração ou até acima deste quando se diz 'Em nome do Filho'. O que claramente pode ser descrito como um "+" (sinal mais), uma espada (ou cruz de cabeça pra baixo), ou até mesmo um "Y" de cabeça pra baixo. O que faz de tal ato qualquer coisa, menos um Sinal de uma Cruz.



Como na figura ao lado, deve-se ter cuidado de manter a forma de uma Cruz quando se pede uma bênção crística através do SdC.

Deve-se ter calma em tal ato, pois a pressa é demonstração da falta de valorização do gesto.

E, principalmente, deve-se saber que Cristo abençoa sim àqueles que o fazem com o pensamento em Oração.
Ai daquele que não acreditar que o Espírito Santo tem poder de descer em todos aqueles que pedirem sua ajuda..
É só pedir que ELE vem.

Uma boa invocação, simples e muito eficaz, é:
Vinde Espírito Santo, nossas almas iluminar, para que possamos..... ter fé/ ter humildade/ superar tal turbulência, etc.

É impossível descrever a complexidade do gesto e de tal diferença com total clareza. Mas, aqueles que acreditarem e experimentarem, certamente notarão alguma diferença!

Um ponto interessante: Quando pesquisava as duas figuras postadas, aprendi um pouco mais do SdC, especificamente sobre o SdC dos Cristãos Ortodoxos. Eles tem uma peculiaridade de juntar o indicador, o polegar e o dedo médio para tocar os pontos durante o SdC, simbolizando o Pai, o Filho e o Espírito Santo; sendo que o anelar e o mínimo se juntam à palma da mão, simbolizado a dupla personalidade de Jesus, humano e divino.
Tentei praticar tal gesto por alguns dias em minhas orações, mas ainda não me sinto tão confortável. Eu, como Cristão Ocidental, não fui acostumado a tal ato. Não sei ainda se não me identifico com tal simbologia por não estar acostumado, ou simplesmente por não ser meu caminho...

Peço ao Pai que nos abençoe com a Ordem da Mãe Divina!

Em nome do Pai......,
Do Filho......,
Do Espírito....
Santo....,
AMÉM!


domingo, 5 de outubro de 2008

VIVA SÃO FRANCISCO

São Francisco foi um grande Mestre
Santa Clara foi a sua irmã
Que completou a sua alma
Para cumprir sua missão

Sua missão foi muito bela
No mundo não houve igual
Amar tudo que é irmão
Homem Planta Animal

Santa Clara foi um grande auxílio
E também grande inspiração
Ao amor de São Francisco
Amor pleno, amor são

Amar mais que ser amado
Mais entender que ser entendido
São Francisco e Santa Clara
Amor puro a ser seguido

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Espelho meu


"Antes de tirar o cisco do olho do teu irmão, retira a clave do teu!"

Como é mais fácil vestir-se e verificar se tudo está do nosso agrado? Ou se temos algum 'feijãozinho' no dente depois do almoço? Com ou sem espelho? Por que precisamos de espelho? Certamente porque não conseguimos enxergar perfeitamente com uma perspectiva interna de observação, sem a distância adequada.

Assim como no exterior, é muito difícil enxergarmos aos nossos pensamentos, às nossas atitudes, a nós mesmos por dentro, se não usarmos um espelho.

O que seria um bom espelho de nossa alma?

Quando queremos saber se estamos 'alinhados' e não temos um espelho à mão, o que fazemos? Perguntamos para nosso companheiro, esposa, amigo ou quem estiver conosco se está tudo como gostaríamos, não é?

Assim também é com nossas atitudes, pensamentos e sentimentos. Se queremos saber se estamos no caminho certo, e não temos ainda a capacidade de nos enxergarmos livre de preconceitos (o que seria nosso espelho), pedimos ao nosso espelho disponível, ou seja, nosso irmão que nos vê melhor do que conseguimos enxergar por si.

No meu caso, o melhor espelho que tenho é minha amada esposa. Pessoa a quem confio incondicionalmente e sei que almeja o meu bem como eu mesmo. Por isso, não temo alguma crítica pertinente que ela faça. Pelo contrário, em todas as nossas discussões insisto para que ela aponte os meus erros, para que eu possa enxergá-los e corrigi-los.

Cristo ensinou a não apontarmos as falhas alheias, porque de falhas estamos cheios. E quem nunca achou ruim ser criticado? Mesmo sabendo, lá no fundo, que a crítica era procedente.

Mas por que é tão fácil enxergar o cisco no olho do outro e não ver a sujeira em nós mesmos? Esse é o trabalho de quase todos nesse mundo! O auto-conhecimento. Digo 'quase' todos porque no mundo existem seres iluminados encarnados que vem com a missão de nos mostrar exercícios, meios e perseverança para tal tarefa. Todavia, em geral, todos devem se auto-conhecer. Ou melhor, ninguém se conhece verdadeiramente.

Ou será que são muitas pessoas que nunca disseram "não deveria ter feito aquilo" ou "se eu pudesse voltar no tempo, agiria diferente"? E dessas pessoas que ainda insistem em não se arrepender de nada, quantas será que não se arrependem por puro orgulho?

É uma depuração minuciosa estar preparado para conhecer os próprios erros.

Certa vez ouvi dizer ao final de um trabalho que essa era a maior coragem das pessoas que comungam o Santo Daime, conhecer os próprios erros, se conhecer.
Concordo plenamente, e ainda acrescento que não só dos daimistas e ayahuasqueiros, mas é a maior coragem daqueles que buscam o Verdadeiro Caminho, seja qual a trilha percorrida.

Particularmente, só aprendi isso depois de certo tempo de casado, quando ouvi: "você pede para eu fazer isso, mas você mesmo faz totalmente diferente". Percebi aí que eu não era o ser humano que pensava ser. Que não era o meu espírito, mas uma matéria medíocre que cede aos desejos do ego. A partir de então, ouço toda crítica com muita gratidão.

Confesso que algumas vezes ainda acho improcedente a crítica levantada, contudo tento reverter o sentimento rebelde do ego ferido para uma evolução da alma. Quando acho improcedente, respiro, acalmo-me, e peço melhores explicações, quando, na maioria das vezes, enxergo que a crítica tinha o seu porquê.

Pessoalmente, ainda não consigo receber críticas de outros como recebo as de minha esposa.
Isso porque o mundo é cheio de guerras (tanto com armas, quanto de egos), e muitas impressões de outrens nascem de sentimentos nada esclarecidos como inveja, ignorância ou prepotência.
Considero-me errado nesse ponto. Deveria ouvir a tudo com a calma de um Lama. Contudo, ainda não estou tão depurado.

Imaginava-me desde a infância, um ser humano muito calmo, pacífico. Até cansar de ouvir que eu tinha 'o pavio curto'. Daí enxerguei o que é auto-conhecimento. Falar que somos, achar que somos, é muito distante do saber o que somos!

Faz-se evidente a minha gratidão por tão belo e prestativo ser que acompanha a minha jornada. Agradeço a Deus por tão bela flor na minha vida! E agradeço à minha amada por tanto me ensinar!

A melhor forma de nos conhecermos profundamente é a Verdadeira Oração: a MEDITAÇÃO, ou cosmo-meditação. A conexão direta com o Cristo Cósmico, sem palavras, pedidos ou pensamentos, é a forma maravilhosa de nos encontrarmos! Nas raras vezes em que consegui alguns segundos da Verdadeira Oração, uma diferença enorme fez para meus pensamentos, sentimentos e atitudes!

Rogo ao Chefe Império que ajude-me a conhecer e corrigir meus erros!
Dai-me Força meu Padrinho!

IAÔ!!

LIBERDADE: A percepção diária da vida


A essência dos ensinamentos de Krishnamurti está em uma declaração que ele fez em 1929, a qual termina assim:

"Quando o homem se tornar consciente dos movimentos dos seus próprios pensamentos, ele verá a divisão entre o pensador e o pensamento, entre o observador e a coisa observada, entre aquele que experimenta e a coisa experimentada. Ele descobrirá que essa divisão é uma ilusão. Só então haverá observação pura, significando percepção sem qualquer sombra do passado ou do tempo. Esse vislumbre atemporal produz uma profunda e radical mutação em nossa mente.

A negação total é a essência do positivo. Quando há negação de todas aquelas coisas que o pensamento produz psicologicamente, só então existe o amor, que é compaixão e inteligência."

Em outras palavras, segundo minha singela compreensão, só existe o verdadeiro amor quando percebemos o rosto divino não só em nós mesmos, mas em todos os seres ao nosso redor. Inclusive naquelas pessoas que nos magoam, que nos irritam, e nos fazem treinar a paciência.
Aliás, como surgiria o amor verdadeiro se ainda nos irritamos com atitudes dos outros?

Enxergarmos a nós mesmos é a fórmula mágica de toda Escola Verdadeira, inclusive a tradicional Igreja Católica. Digo isso, porque foi na Igreja Católica que aprendi, à época que era coroinha, que quando apontamos um dedo para alguém, estamos apontando três para nós. Para ilustrar: enquanto apontamos o indicador, os nossos dedos médio, anelar e mínimo estão apontando para nós mesmos...

Quando enxergamos a nós mesmos, é extremamente fácil ter compaixão; e dela surgir o verdadeiro amor. Ou você iria se chatear com alguém que derrubou um copo se você acabou de derrubar um prato??

Quando entendemos que, por pior que pareça ser, somos todos iguais, somos todos um, não estamos separados, fica fácil surgir o verdadeiro perdão.

Se acabamos de xingar alguém no trânsito, como não gostamos que alguém nos xingue em seguida? Cada um pensando ser melhor do que o outro é simplesmente a escravidão do pensamento, da cultura e da mente agindo sobre a Verdadeira Realidade.

"Quem nunca pecou, que atire a primeira pedra!"
É difícil entender isso?

Mais uma vez, clamo para que emanemos compaixão e compreensão no nosso dia a dia; pois de intolerância, julgamento e arrogância o mundo já está cheio!

Senhor, fazei de nós intrumentos de vossa PAZ!
Amém!

sábado, 27 de setembro de 2008

Perdoar setenta vezes sete

A raiva que sentimos de alguém de nada nos serve.
É como tomar um cálice de veneno todo dia e esperar que o outro desfaleça em febre.
A raiva é tão somente destruidora daquele que a sente.

Já foi ensinado que devemos perdoar sempre. E é isso que nos deixará melhor.

Quem é o errado, aquele que engana ou o enganado?

Felizes devemos ficar se perdoarmos aos nossos devedores, pois, assim, nossas dívidas hão de ser perdoadas.

Perdoai-nos Senhor!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Água pra quê te quero

Quando trabalhava no setor governamental que cuida das Florestas Públicas do Acre, escrevi um projeto e apresentei a meu chefe imediato para implantação da Permacultura nas Florestas Públicas Estaduais.

A resposta que tive foi que era muito legal, importante e bonito, mas estava alguns passos à frente de nossa atual realidade.

Tive a idéia desse projeto (uma tentativa nobre, mas um tanto inocente), depois de passar nove dias isolado dentro da Floresta. Onde os moradores da colocação que montamos nossa base tomavam a água do rio. Caso tivesse algum tratamento, não vejo mal. Mas para quem conhece a água barrenta do rio Antimary, sabe que não é muito apetitosa. Além do mais, onde tomávamos banho (e eles faziam a coleta de água) tinha alguma carniça que os urubus insistiam em visitar a todo o momento.

Se existe o projeto federal de cisternas no sertão nordestino, não vejo bloqueio cultural para fazer o mesmo em todo o país.

É revoltante saber que, na maior reserva de água doce do mundo, o acesso à água de boa qualidade é super precário. Não é só na mata, nos centros urbanos também. Pelo menos, aqui no Acre.

Uma das poucas questões que errei no concurso que me trouxe aqui foi sobre esse assunto. Era mais ou menos assim. "Apesar da grande quantidade de água potável disponível, existem muitos problemas de distribuição de água para a população da floresta amazônica". Senti que era verdade, mas não querendo acreditar nesse absurdo, coloquei errado. E acabei errando.

Realmente, é uma realidade difícil de engolir.

Tecnologia, conhecimento e exemplos existem muitos.

Falta a sensibilização, passar pelo que os necessitados passam, para poder começar a quebrar certos paradigmas.

Assim também o é nas queimadas.
Já ouvi de algumas pessoas (não raras), esclarecidas e "amigas" do meio-ambiente, que um incêndio é bonito de se ver à noite... A primeira vez que ouvi isso, achei um absurdo imensurável! Mas depois fui compreendendo que é necessário sentir para se entender a realidade.

Beleza é aquilo que nos atrai. Se sabemos que o incêndio está matando seres vivos, árvores, animais e a terra, e nos importamos com essas mortes, não é nada bonito olhar aquilo.

Uma fogueira é bonita sim, mas ver sua mãe queimando nela é?

O mundo tomará outro rumo quando passarmos a enxergar em cada irmão o rosto do Pai Divino!
Todos somos um! Será tão complicado assim de entender?

Estou aqui com todo amor, perdoai-me Senhor os erros que eu cometi perante ao Chefe Imperador!

Persistentes queimadas



Não é efeito especial na foto. O clima aqui está assim mesmo.
Céu cinzento, como todo verão amazônico.
Apesar de existirem alternativas mais ecológicas, o incentivo a elas é muito pouco.
A assistência técnica é praticamente inexistente perto do que deveria existir.
Até quando vamos ver nossas matas virarem cinzas no céu?

Confesso que na primeira vez que vi essa cena, em meados de agosto de 2006, indo de Rio Branco para Capixaba, fui obrigado a parar no acostamento porque fiquei muito emocionado.
Acostumado a viajar com a floresta no horizonte, não contive algumas lágrimas que insistiram em cair.
É certo que perto do asfalto não existe mais floresta, mas, mesmo assim, a floresta reina no horizonte atrás dos extensos pastos. E, com esse nevoeiro culturalmente periódico (em todos os períodos não chuvosos) não se enxerga mais o horizonte.

Atualmente, com a guerra civil instalada no outro lado do rio (Rio Acre, que faz a divisa com a Bolívia), pouco, ou nada, se fala dessas queimadas.
Mas elas já estão há muito tempo incomodando.
Não condeno aqueles que só conhecem esse método de plantar o roçado, mas sim todos aqueles que ficam de braços cruzados perante isso, sendo governo ou não. Inclusive a mim mesmo.

O que fazer? Chorar não adianta....


segunda-feira, 15 de setembro de 2008

JEJUM

"Pois, enquanto o noivo estiver entre eles, eles não jejuaram. Mas, quando o noivo já não estiver com eles, eles hão de jejuar!"

Primeiro dia de Lua Cheia.
Em um ritual totalmente pessoal, dia de jejuar.

Com saudades no coração de nosso amado 'monge das cebolinhas', rogo ao Pai que purifique e fortaleça minha matéria!

O Jejum não é auto-flagelo, mas sim o controle dos sentidos inferiores. Pois, "nem só de pão vive o Homem!"

Não faço apologia, mas a mim, é um bem mensal indescritível.
Tampouco faço promoção de mim mesmo, apenas relato o meu caminho.

Para aqueles que gostariam de experimentar, posso sugerir algumas dicas importantes, já que há muitos anos pratico. É legal tomar um copo de água na temperatura ambiente assim que se encerrar o jejum. O estômago agradece. Temperatura gelada com o estômago vazio pode incomodar bastante. O jejum é a privação de algo que nos atrai. Não é necessário fazer o jejum completo de água e alimentos, mas fazer jejum implica em certo sacrifício. Não é jejum se não me faz falta. Também é super interessante manter um clima de concentração e oração durante todo o jejum. Não que seja necessário ficar sentado rezando o rosário, mas não é adequado ir fazer compras ou jogar futebol, por exemplo.

Para os que acham ser muito difícil, lembro que existem processos de desintoxicação que duram 21 dias em jejum completo. E também que "tudo posso nAquele que me fortalece"!

Primeiro dia de Lua Cheia, dia de muita paz!

IAô!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

DILMO MOREIRA DE SOUSA


D igníssimo
I rmão de caminhada
L eal soldado do Chefe Império Juramidã
M uito além do que um belo exemplo
O vô amado de todo o CEFLIMMAVI

M orreu
O u
R essucitou?
E is a questão...
I nflama em nossos corações
R esplandece em nossas lembranças
A mor e paciência que irradiavam de vossos passos

D e quem tanto sofreu e batalhou
E ensinou sim que "a caneta do Mestre é pesada"

S alve amado vovô
O que a terra levou foi
U nicamente sua veste
S eu espírito permanece conosco
A legre, perseverante e incansável!



Que Jeshua e nosso Chefe Império o acolham no belo castelo da morada celestial!
Saudades permanecem em nossos corações, pois ainda não somos tão fortes assim...
Muita paz!

Oxalá!

sábado, 30 de agosto de 2008

Tempo

Não sei até que ponto procede certa teoria que soube há muitos anos atrás, mas hoje acredito nela mais do que nunca. Essa teoria (não sei o autor) é totalmente psicológica.

Ela diz que o tempo é maior para as crianças devido ao referencial que elas têm de tempo. Por exemplo, uma criança de 5 anos acha que um mês é muito tempo, já que todo tempo que ela conhece são 60 meses.

Por saber que somos espíritos muito mais velhos do que imaginamos, não tenho como defender fielmente tal teoria. Todavia, com 27 anos, essa explicação começa a fazer muito mais sentido.

Em plenas férias, o tempo parece não dar trégua! Não há tempo para tudo... Queremos fazer muito mais do que estamos fazendo... E ainda, se não fosse pedir muito, gostaria de descansar mais... Mas cadê o tempo?

Hoje faz muito mais nexo para mim as declarações que há muito se ouvem que “o dia deveria ter mais horas”.

Faz-se necessário afirmar enfaticamente que não deveria ter mais horas, tudo é perfeito! Ou não tem aqueles dias que damos glórias por ele ter chegado ao fim?

É acelerar o passo e correr pro abraço! Ou pro beijo...

Salve a Perfeição Divina!
Salve a Sabedoria Celeste!

Amém!

REFLEXÃO NOTURNA



Na senda espiritual, uma prática indispensável é a reflexão noturna sobre nossos atos durante o decorrer do dia. Infelizmente, ainda não é um exercício habitual para mim. Mas já venho praticando mais do que antes, quando nem lembrava de tudo o que tinha feito.

Esse tipo de ‘meditação’ reflete o que encontramos em outros caminhos a percorrer, como no sacramento da confissão na igreja católica romana, ou até em um dos 12 passos na cura de adictos, no qual o candidato à cura deve se retratar com todas as pessoas a quem já magoou por causa de seu vício.

Em minhas raras reflexões noturnas, tenho notado que me arrependo na maioria das vezes de coisas que falei e não deveria ter falado. As outras ‘confissões’ que eu faço são momentos de falta de paciência, compreensão, sabedoria ou fé, em ocasiões que eu deveria ter sido o ser humano que imagino e luto para ser, e não ter deixado meus impulsos inferiores dominarem o meu verdadeiro Eu.

Hoje, a essas horas, venho registrar para meu próprio estudo, um ensinamento relativamente antigo, de grande utilidade, e que deve ser sempre lembrado. Esse ensinamento sim pode ser considerado uma ‘fórmula mágica’, que sempre funciona para não nos arrependermos de certas falas cotidianas. É bem simples: antes de falar, devo passar tudo o que será falado por três crivos: VERDADE, BONDADE e NECESSIDADE.

1)VERDADE – O que vou falar é verdade? Eu que vivi, vi ou ouvi? Ou é coisa que ouvi falar de outrem?

2)BONDADE – O que vou falar é bom? Será um assunto agradável? Um assunto elevado aos olhos do espírito?

3)NECESSIDADE – O que vou falar é realmente necessário? Preciso falar isso? Ou não fará diferença? A diferença será para o bem? É útil?

Passando por esses crivos, tudo deve ser falado. Caso contrário podemos nos arrepender de não ter falado... À primeira impressão, pode parecer que a vida normal ficaria um tanto quanto silenciosa, mas é um ledo engano. As palavras teriam muito mais valor e poder caso não fossem desperdiçadas ao vento.

É como em alguns jogos virtuais: a energia da magia diminui tanto quanto for o poder utilizado pelo herói, necessitando esse de algum tempo para recuperar a força da magia. Assim, são nossos poderes latentes. Certamente em um grau muito mais complexo. Mas também perdemos nossa força em nossos poderes se os utilizamos a toda hora. E não vale a pena gastar nossa energia no que não é verdade, já que somos buscadores da verdade; não vale a pena gastar energia no que não é bondade, já que buscamos a Deus que é todo bondade; e não vale a pena gastar energia no que não há necessidade, já que podemos guardar essa energia para o que for realmente necessário.

O silêncio é um grande mestre. Através dele chegamos ao nosso dEUs! E o silêncio é a melhor resposta em muitas situações.

Através do silêncio, nós resguardamos nosso chakra da fala. Através desse exercício, nossas palavras terão muito mais valor, levarão muito mais do verdadeiro amor, da sabedoria divina.

IAÔ
IIIIIIIIIIIIIIIAAAAAAAAAAAÔÔÔÔÔÔÔÔ

Que o princípio, o meio e o fim estejam conosco!
Amém!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

RELACIONAMENTO

Hoje passeando de férias aqui em minha terra natal (um conceito nada evoluído, já que nada é meu...), tive um insight interessante.
Os relacionamentos entre nós, seres humanos, seres em evolução, é tão melhor quanto maior for nossa identificação com o próximo.

Devemos tratar a todos como amigos! Não devemos olhar o outro como se fosse desconhecido e tampouco deveríamos deixar amigos conhecidos fazerem conosco o que não deixaríamos algum "amigo desconhecido" fazer.

É certo que deve-se retirar dessa analogia qualquer situação de intimidade, o que deve ser preservada ao máximo para o maior benefício de todos.

Cito isso nos casos e atos cotidianos, na rua, no conversar, no olhar, no tratar...

Com o carro estacionado, aguardando minha mãe, um caminhão estacionou na minha frente, muito próximo. Eu tinha duas opções: 1- Ficar parado e achar ruim do caminhão não ter parado mais distante para não correr o risco de danificar o carro que eu estava quando começasse a descarregar; ou 2- Eu tratar o motorista do caminhão como meu amigo, e recuar um pouco de marcha a ré, não me chateando e achando o fato normal.

Bem, é claro que, se eu tivesse escolhido a primeira alternativa, não estaria escrevendo essas singelas palavras. A situação foi bem simples, mas trouxe um insight bem legal. Refleti sobre muitos dos contatos que fazemos com os "desconhecidos" na rua e vi que muita briga e dor de cabeça seriam evitadas se tivéssemos isso em pensamento a todo o momento.

Sou um pequeno aprendiz, com pouca capacidade de ensinar, mas com uma vontade tamanha de depurar minha matéria.

Fica evidente em diversos momentos no meu caminhar que não consigo transmitir em palavras o que penso e o que aprendo. Contudo, a esperança é persistente e devo continuar tentar expressar o caminho que estou traçando.

Um exercício muito prático é, antes de estabelecer o contato com o "desconhecido" ser humano, eu projetar nele a imagem de um parente distante. Talvez não funcione para todos, e claro não será nenhuma fórmula mágica. Mas, pensando que o atendente da padaria, o jornaleiro, ou qualquer outro 'ser em evolução' que nos deparamos é um parente que, apesar de não termos intimidade, amamos aquela pessoa como uma pequena parte de nós mesmos.

Sentir é muito mais complexo do que pensar. E pensar é muito mais abrangente do que falar. É difícil descrever todo o insight com tão pouca experiência mística como a minha, mas o aprendizado continua.

E viva a Paz!!

Hare Krishna! Krishna Krishna Hare Hare!

domingo, 17 de agosto de 2008

Existe uma linha divisória, que muitas vezes é imperceptível, entre fé e crença. Simplificando os conceitos, a fé é o conhecimento da verdade; enquanto a crença é acreditar como sendo verdade o que foi passado por outros.

A crença dá força e conforto. Mas a fé move montanhas!!!

Uma pessoa com pouca crença, ou nenhuma, é muito cética. E não conseguirá interagir com anjos e mestres que vêm nos ensinar o caminho. E uma pessoa sem fé vive em um mundo de escuridão sem nexo ou sentido real para a vida.

Quando pensamos que somos esses corpos que habitamos momentaneamente, certamente poderemos ter crença em Deus. Contudo, nunca saberemos a verdade. Nunca poderemos ter fé em Deus nesse estágio de pensamento.

Como dito no início, ter fé é conhecer a verdade. Como vamos conhecer a Deus se pensamos ser apenas corpos materiais? Como poderemos voar se não temos asas? Como poderemos correr sem pernas? Como poderemos nos aproximar de Deus se não o conhecemos?

Para quem responde de forma sarcástica que podemos voar ‘de avião’, deve ser lembrado que quem voa é o avião e não nós mesmos. Assim também não podemos conhecer a Deus sem fé, quem irá conhecer é apenas aquele que nos fala de Deus...

Deus existe? Existe vida após a morte? “É... acho que sim.” Seria uma resposta daqueles que não sabem o que é a fé. Conquanto, uma pessoa com fé acha esse tipo de pergunta absurda, comparando-a a uma fala de bebê do tipo ‘gugu-dada’, pois mostra um desconhecimento total da verdade.

Quando se conhece a Deus, a fé se torna inabalável. É a diferença entre pensar em Deus apenas nos momentos de orações e rituais e pensar em Deus a todo o momento! Para pensar em Deus nas orações e rituais é muito fácil, basta crer no que é dito. Mesmo assim, muitos nem crer conseguem.

Krishna, um dos tantos nomes para Deus, ensina que quem desencarnar (ou morrer mesmo) pensando nEle se livrará do ciclo de renascimento, de samsara. Quem desencarnar pensando em sua casa, ou seu carro, ficará preso a essas coisas como um tipo de fantasma.

Ora, para se pensar em Deus a todo o momento, só tendo fé na Divina Presença, e fé verdadeira. Não deixamos Deus de lado a nenhum momento quando temos fé. Quando apenas cremos em Deus, achamos heresia pensar em Deus nos momentos sexuais ou de entretenimento. Quando temos fé em Deus, não o colocamos de lado para jogar futebol, namorar ou qualquer coisa.

Falar não é ser. Falar é parecer. Devemos conhecer o nosso coração para saber o que somos. Anunciar que somos ‘atletas de Cristo’ e jogarmos futebol com raiva do nosso adversário ou até do companheiro de time com pouca habilidade é um verdadeiro teatro para si mesmo.

Crer em Deus, mas ter vergonha dEle ou não querer falar sobre Ele quando namoramos é estranho. Se Deus está em tudo e em todos...
Na verdade, temos vergonha de nós mesmos, de nossos pensamentos promíscuos e de nossa entrega aos desejos animalescos da matéria. Aí ficamos com vergonha perante a Luz Divina que nos ensina claramente que somos muito mais que isso que habitamos temporariamente.

Acreditar que Jesus transformou água e vinho, levantou aleijados e curou leprosos não traz a salvação para ninguém. Ao contrário de certos pronunciamentos de certas igrejas que dizem que para se salvar apenas basta ‘aceitar Jesus’, mas essa aceitação deve ser feita ajoelhada dentro da igreja. Bem, é evidente que isso não se trata de fé, mas mera crença.

A crença não é ruim. Definitivamente, crer é uma coisa muito boa. Mas não basta!

Muitos dos irmãos desse planeta crêem em Deus, mas não o conhecem. Quantas fotos vemos nos jornais, ou até mesmo nas nossas ruas, de bandidos, muitos vezes drogados, com um terço no pescoço? Não digo que eles não deveriam usar o terço, pelo contrário. Deveriam sim é prestar atenção ao que eles mesmos acham bonito.

Fico triste sim quando vejo uma pessoa com muita crença, mas que se embebeda. Um homem que vai à missa, usa um crucifixo, mas que não é mais forte que uma garrafa de cachaça.

Ter fé é ter força! Ter fé é ter um exército a nosso favor! Ter fé é podermos tudo!

Ter fé é acreditar que tudo o que passamos é porque merecemos. É acreditar que tudo podemos nAquele que nos fortalece! É saber que Deus proverá tudo o que necessitarmos verdadeiramente.

Se sofrermos, é porque merecemos. Se sofremos, é melhor para nós mesmos. Não faço apologia ao sofrimento, mas à aceitação dele. Muito menos faço apologia ao conformismo. Devemos com todas as nossas forças trabalhar para merecer o Reino dos Céus.

Fé em Deus é viver feliz! No sofrimento ou na felicidade, na miséria ou na fartura. Quando se tem fé, a luz de Deus preenche nosso coração.

Quando se tem fé, não se necessita de muletas.

Ter fé faz a diferença entre ‘eu vou conseguir!’ e “será?”.

Somos todos homens de pouca fé nesse planeta. Mas, nem por isso devemos deixar de acreditar, deixar de trabalhar, deixar de louvar e agradecer. Quando a fé banha nosso ser, não temos dúvida se Deus está a nosso favor ou quer nos punir. Sabemos o caminho a seguir com gratidão e afinco. Quando temos fé, não achamos que sofremos mais que os outros. Muitos menos invejamos os outros por sofrerem menos que nós.

Quando temos fé, alegramo-nos com o raiar do dia e também com o chegar da noite.

Que a fé ilumine os nossos passos!
Homini Pax!
Amém!

MEDITAÇÃO E SUPERCONSCIÊNCIA



Quando o ensinamento é puro, encontramo-lo descrito em qualquer linha espiritual. Os ensinamentos védicos são maravilhosos. Assim como os cristãos e todos os outros que trazem consigo a Luz Divina. O ensinamento puro, fora de preconceitos e dogmas, é a chave para a evolução verdadeira.

Um livro que li recentemente, o qual dá o título desse escrito, ensinou-me um pouco mais e gostaria de compartilhar o ensinamento abaixo:

“Passamos por diferentes fases em nossa vida – o conceito corpóreo de vida, o conceito mental de vida, o conceito intelectual de vida e o conceito espiritual de vida. Na realidade, estamos interessados no conceito espiritual de vida. Aqueles que são seduzidos pelo efeito corpóreo não passam de cães e gatos.”

“Devemos compreender que eu não sou ‘este corpo’ como Krsna quis convencer Arjuna no começo de seu ensinamento no Bhagavad-gita: ‘Antes de mais nada, tenta compreender o que és. Por que estás te lamentando no conceito de vida corpórea? Tens de lutar. Decerto terás de lutar contra teus irmãos, cunhados e sobrinhos, e estás te lamentando. Mas, antes de mais nada, analisa se és o corpo ou não.’ Esse é o começo do Bhagavad-gita. Krsna tentou fazer Arjuna compreender que ele não era o corpo. Esta instrução não era exclusivamente para Arjuna, mas para todos. Antes de mais nada, temos que aprender que ‘eu não sou este corpo’, que ‘sou alma espiritual’. Esta é a instrução védica.”

A.C. BHAKTIVEDANTA SWAMI PRABHUPADA
Fundador-Acarya da Sociedade Internacional da Consciência de Krishna


AAUUUMMMM

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

NÃO ALIMENTE O SEU INIMIGO


Um aprendizado simples, que já está semeado por todo o mundo, é a velha história da luta do bem e do mal dentro de nós mesmos. O anjo bom e o anjo negro. O cachorro do bem e o cachorro do mal. Ambos estão dentro de nós ininterruptamente, a todo momento. Qual cachorro prevalecerá na briga? A resposta é muito simples: aquele que mais alimentarmos!

É incrivelmente ordinário como nos iludimos com os véus das nossas próprias ilusões! As formas-pensamento que geramos ao nosso redor criam véus que são tão mais densos quanto for a nossa convicção nessas ilusões.

Cristo ensinou em Mateus (5, 28): "Eu, porém, vos digo: todo aquele que olha para uma mulher para a cobiçar, já cometeu adultério com ela em seu coração." Madame Blavatsky também lembra em A Chave para a Teosofia (página 127) que "Um pensamento é muito mais poderoso na criação de resultados danosos do que um ato." E muitos outros ensinaram essa grande máxima. Nossos pensamentos são capazes de muito além do que a humanidade é capaz de entender.

Trigueirinho, no livro A Formação de Curadores (ed. Pensamento), ensina-nos a purificar nossos aparelhos justamente com a ordem de "não alimentar os inimigos". Isso me fez lembrar de uma história de minha adolescência.

Pensava eu ser muito adiantado no caminho do céu (que naquela época passava longe de compreender que é um caminho inevitável ao nosso início), pois o que via e presenciava ao meu redor era muito mais negro do que qualquer coisa que se passava por dentro de mim. Ou, pelo menos, na minha mente (que mente muito!).

Em uma conversa com meu irmão de sangue, ele solta a máxima que perambulava em minha mente: "Se eu for para o inferno, mais da metade do mundo vai!". Bem, isso nos dava um conforto e uma comodidade pessoal para não almejarmos uma evolução real, já que éramos melhores do que a metade do mundo, pelo menos. Na época, apesar de ser o que sentia por dentro, ainda cheguei a criticar meu irmão, dizendo que não deveria pensar assim. Mas por dentro, eu era igual...

Essa ilusão que tanto se fala durante os ensinamentos espirituais é muitas vezes o puro auto-engano que fazemos para nos dar um conforto, mas retardar nossa jornada. Como nesse relato, muitas vezes criamos um véu para confortar nosso sofrimento, nossa ansiedade, ou simplesmente disfarçar nossa mediocridade em buscar algo superior, o que é nossa obrigação nesse planeta.

Pensamos com nós mesmos que fazer o que estamos fazendo é o certo, já que a maioria faz. Ou não fazer não é problema, já que seguimos o pensamento da maioria... Será que trair é certo só porque somos homens? Bem, quando nos parecemos mais com os animais, creio ser o certo, já que biologicamente a função de procriar exige uma troca excessiva de genes e a maior possibilidade de gerar descendentes possível.

Será que é certo sermos "malandros" (termo com um novo conceito para mim desde uma conversa com uma boa amiga) e nos apropriarmos de coisas alheias ou pegarmos sempre a melhor parte não interessando os demais, em uma total falta de parcimónia? Bem, se pensarmos como seres capitalizados e globalizados, creio que sim, já que a meta de qualquer negociante é obter o máximo para si, ou ainda, obter mais que os outros que o rodeiam...

Agora, para aqueles que já despertaram para algo mais verdadeiro, mais elevado, seria desnecessário afirmar que são atitudes retrógradas.

Ainda não aprendi direito essa lição. Em meu íntimo, confesso que os pensamentos ainda fogem do controle, raras vezes, mas mais vezes do que posso admitir. E por não ter aprendido com perfeição, não deveria estar ensinando. Pois já ensinou meu Padrinho, Mestre e Senhor: "Aprender com perfeição, para poder ensinar!".

Todavia, já sou capaz de ter esse discernimento e compreender muito do que as formas-pensamento que faço surgir acarretam para o meu caminho. Posso dizer que não é muito bom. Imagine um viajante carregando pedra na cabeça. Seria mais confortável caminhar com menos peso, não? Mas aquele viajante que não se dá conta do peso desnecessário fará a viagem do mesmo jeito, a passos mais lentos e com menos facilidade, mas fará.

É como naquela brincadeira de criança que colocávamos uma folhinha (ou outro objeto) na cabeça do amigo e ficávamos cantarolando em tom provocativo: "Meu burrinho carrega carga sem sentido..." E repetíamos até que o 'burrinho' se desse conta do que levava. Nunca vi ninguém retirar a 'carga' sem, pelo menos, duas repetições. E ninguém gostava de ser o 'burro' da vez.

Assim também, quando descobrimos que carregamos 'carga sem sentido' que nós mesmos criamos, ficamos aborrecidos com nós mesmos se recaímos nos mesmos erros. Quem não percebe, continua a encher sua bagagem com carga sem sentido. Mas quem já descobriu, redobra a atenção para não 'dar uma de burro' (excluindo aqui qualquer alusão literal ao animal chamado burro, que é muito útil e esperto por sinal!).

Não entro no mérito de falar ou agir. Tratei apenas da questão (um tanto mais avançada) do sentir, do pensar. É óbvio que se falo uma coisa, é porque já abri a porta para esse sentimento, pois "a boca fala daquilo que o coração transborda".

Então se um homem casado chega para mim e elogia outra mulher, deixando claro seu desejo por ela, é evidente que seu coração está cheio de adultério. E, dificilmente ele resistiria à tentação da traição, já que alimentou bastante seu cachorro negro.

Assim posso dizer e relatar, pois eu já fui esse homem no passado. E, antes de apontar os erros dos outros, estou aqui relatando o caminho de minha evolução. Como já foi dito em publicação anterior.

Tudo já sabemos em nosso espírito, mas a ilusão nos engana. Os anjos de Deus pouco podem fazer quando não agimos de acordo com os nossos ensinos, mas agimos conforme os véus da ilusão. Um anjo diz "poderia dizer para ele não fazer isso, porque não agrada a Deus, mas ele já sabe disso... Poderia dizer para ele rezar que vai ajudá-lo, mas ele já sabe disso..." Por isso somos incompreensíveis na nossa estupidez para os seres de luz, pois não agimos conforme nossos corações e sim conforme nossas mentes.

Exemplos são dados, mas o ensinamento quando é puro vale para a vida.


Vigiai, pois é chegado o tempo da colheita!


Salvem todos os seres de luz que nos acompanham!

Amém!

domingo, 13 de julho de 2008

CARIDADE



Assim como seriedade não se traduz em tristeza, esmola não é caridade. Caridade é um sentimento de querer bem aos próximos. Basta lembrar do significado de “caros” para entender Caridade. Quando se diz “caro amigo” quer se dizer “querido amigo”. Não houve ser encarnado mais pobre que Jesus, e tampouco houve alguma encarnação mais caridosa.

Quando se doa apenas o que sobra, onde há sentimento caridoso? Se não me faz falta, do que abri mão para auxiliar ao meu próximo? Aquele que tem pouco, mas compartilha o pouco com quem tem menos, esse sim é grande perante o Senhor. Aquele que tem muito e apenas entrega as migalhas que saem de sua boca e transbordam dos seus bolsos, esse nada fez de bom.

A riqueza material é uma benção que deve ser vigiada para não se tornar a perdição do espírito. Aquele que fecha os olhos para a Verdade e pensa ser feliz por ter uma boa condição financeira, esse ainda não realiza o que é a Verdadeira Felicidade. O cego pensará que enxerga perfeitamente quando for curado de um olho. E assim também o homem que só conhece a fruta seca não imagina que o fruto fresco seja mais saboroso. Tampouco aquele que bebe água morna no deserto sabe como é o gosto da Água da Fonte.

Do que vale um banquete se apenas o dono da casa enche a barriga? Pois eu digo: Aquele que possui em abundância, quando comprar um pão para si, compre dois para outros dois pobres. Quando comprar uma roupa para si, compre duas outras para distribuir aos pobres. Quando aumentar os seus proventos, aumente também o salário de seus empregados. Só assim será bem visto diante de seus próprios olhos quando todos os véus forem tirados. E somente assim será recompensado e seus bens nunca deixarão de suprir todas as suas necessidades. Pois foi dito e é cantado por todos que É dando que se recebe!


A regra de ouro é dita de uma nova forma na Nova Era: FAÇA AOS OUTROS O QUE QUER QUE FAÇAM A VOCÊ MESMO! Em outro tempo, era dito "Não faça aos outros o que não quer que façam a você". Superficialmente, parecem a mesma regra, mas a forma da Nova Era tem um sentido muito mais altruista em seu real significado. Não basta apenas não fazer o mal. A hora é de fazer o bem a qualquer custo. Não fazer o mal não significa estar fazendo o bem.

A pior alternativa de relacionamento entre nós, a qual ainda é usualmente adotada pelo ser humano mediano, é a dita "olho por olho, dente por dente".
Muitos são os que devolvem os tapas que levam. Se são traídos, a primeira coisa é trair mais para 'dar o troco'. Se são xingados, a retribuição é triplicada na maldade e na agressividade. Muitos seriam os exemplos bem atuais. Mas para o bom entendedor, basta relembrar a máxima de Cristo: "Quando receberes um tapa, ofereça o outro lado de tua face", "Quando te pedires a capa, dê também a tua túnica".

Cada povo tem o governo que merece. Assim como cada um tem o que merece. Iniciemos uma jornada mais ativa para merecermos cada vez mais! Nutramos o mundo com amor, compaixão e compreensão! Pois de maldade, intolerância e egoísmo ele já está cheio.

Aquele que quer ser a diferença, se humilhe. "O que quer ser o primeiro, que seja o último". A recompensa eterna é o verdadeiro jarro de ouro. Tudo na Terra é um jarro de barro, apenas poeira para o Verdadeiro Eu. Apenas as ações altruístas são recompensadas por Deus. A recompensa não é um prêmio, mas uma reação do que fazemos. É uma lei imutável.


FAÇA O BEM, NÃO IMPORTA A QUEM!


Om Sat Tat! Amém!


sábado, 12 de julho de 2008

SAMSARA


Essa palavra, muito bonita por sinal, tem um significado muito especial. Para quem já a conhece, talvez seja repetitivo o que escreverei. Contudo, poucos são ainda aqueles que a conhecem no Ocidente. Muitos já ouviram, mas, proporcionalmente, ainda são muito poucos.

Em verdade, apesar de serem poucos a conhecer o significado da palavra SAMSARA, muitos são aqueles que têm sua percepção no coração. Seu significado transcende meras palavras, mas pode ser traduzida por roda das encarnações, ou ciclo da evolução humana.

Para aqueles que ainda se encontram restritos à ortodoxia de dogmas sem sentido racional, talvez a palavra reencarnação seja muito impactante, ou simplesmente cause certa repugnância sem maiores explicações lógicas. Agora, é provável que pensar em ressurreição, renascimento, vida eterna, seja mais fácil e confortável. Fora de preconceitos, todas tentam expressar a mesma verdade.

A verdade que é verdade pura deve ser verdade em qualquer lugar ou qualquer tempo. A Verdadeira Chave deve abrir não uma, mas todas as portas! Não importa sua denominação.

É muito ilógico pensar que um corpo, mera matéria agrupada, que tenha morrido possa se reorganizar e voltar ao que era. A ciência e a religião não podem ser encaradas como duas coisas separadas. A pessoa deve ser a mesma no domingo de manhã e no resto da semana. Como acreditar no domingo que Jesus tenha levantado com seu corpo falecido e ascendido ao Reino de Deus e não acreditar em milagres durante a semana?

Para quem pode entender, deve ser lembrado que nada é referente à matéria quando se fala em renascimento na Bíblia Sagrada. Nosso verdadeiro Eu é nosso Espírito. Nossa matéria corporal, nada mais é do que uma vestimenta temporária. Como se fosse um casaco que vestimos hoje e amanhã não mais o usamos porque não está frio ou porque temos um mais bonito. Assim é nossa vida terrestre, nada mais do que um dia para o nosso Verdadeiro Eu, onde vestimos uma roupa sem importância. Temos que lembrar que a roupagem é importante, mas não somos a roupa que usamos!

O Karma está altamente relacionado com Samsara. Um explica o outro; e com a aceitação dos dois, podemos começar a tentar entender o que nos reserva o futuro, ou o que devemos resgatar do passado. O homem de bem, luta pela evolução e pelo conhecimento. O que apenas faz sentido ao pensarmos em um tempo maior que apenas 80 ou 90 anos.

Como poderíamos pensar que somos imagem e semelhança de Deus com tantos problemas que vivemos? Qualquer um que leia essas palavras não precisa ir longe para entender. Olhe pela janela, olhe na sarjeta, olhe em uma lata de lixo da esquina. O que se vê? Com certeza, em uma dessas situações você poderá ver um dia ou outro um ser humano, imagem e semelhança de Deus tanto quanto eu ou você, procurando algo para se alimentar no meio de baratas e ratos. O que é isso? A culpa não é nossa? Não comemos bastante hoje? Por que outro ser humano é obrigado a mendigar ou comer lixo em nosso próprio bairro? Será que somos igualmente Deus? Somos imagem e semelhança de Deus sim, mas estamos distantes de nossa origem. E precisaremos trabalhar, sofrer e lutar muito para chegarmos perto do que realmente somos.

Mais da metade da população do planeta já trouxe a concepção esclarecida de Samsara desde o último nascimento. O que uma pessoa realmente tem em seu coração quando lamenta “o que eu fiz para merecer isso?”, ou ainda ironicamente diz que deve ter jogado pedra na cruz para merecer tamanho sofrimento?

Uma passagem do Evangelho que os discípulos perguntam: “Mestre, quem pecou para o menino ter nascido cego, o menino ou os seus pais?” deixa clara a concepção de renascimento dada no Cristianismo Primitivo. Como um menino teria pecados para merecer tal sofrimento caso não tivesse vivido antes?

As pessoas sabem disso em seu verdadeiro Eu, em seus Espíritos. Contudo, uma necessidade de se manterem convictas em seus dogmas, faz com que neguem sem pensar; faz com que abominem qualquer idéia contra o que lhes foi dito pelas autoridades reconhecidas por seus pais. No coração, muitos sabem a verdade. Mas não enxergam por causa dos véus da ilusão de suas mentes.

O planeta está em constante evolução. Assim como cada um de nós. Trabalhando ou não, querendo ou não, cada um está evoluindo. Uns mais rápidos do que outros, pois vão atrás de aprender mais e de cumprir devidamente suas missões. E, como dito anteriormente, a verdade é verdade em qualquer lugar. A verdade simplesmente é por si só. Não há necessidade de ser imposta. Pode ser revelada, quando os ouvintes estão prontos para recebê-la, mas nunca imposta. E tampouco há necessidade para tal imposição. Aqueles que estão prontos simplesmente a aceitam por fazer mais sentido em seus corações, por ser mais lógico para seus intelectos e por trazer um complemento verdadeiro para suas existências.

Há a necessidade de muitas encarnações porque temos muito que aprender. Pode-se imaginar uma boa escola com apenas uma sala de aula? Assim também não poderíamos conceber uma única vida para aprender todas as lições. Cada aluno que aprende o que é passado pelo professor, passa a uma nova classe, mais adiantada, no próximo ano letivo.

Muitas são as nossas ressurreições neste lindo planeta de sofrimentos. Sofrer não é sinônimo de coisa ruim. Quando recebemos tudo com a satisfação de um aprendiz, o sofrimento terá suas recompensas. Será que Jesus não sofreu? E qual cristão não almeja ser nobre e iluminado como Ele?

Ser Santo, ou ser imagem de Deus assim como Jesus o foi, não é impossível para ninguém. Aquele que pensa que nunca poderá ser igual a Jesus está ainda muito cego. É certo que ninguém o será nessa vida, pois todos aqui estão longe de ser um Verdadeiro Filho de Deus, como Jesus. Mas aprendendo, e passando por todas as classes da escola com bom rendimento, um dia chegaremos lá.

Temos que lutar, estudar e perseverar para sermos Santos a cada dia. Só assim chegaremos ao nosso começo. Nunca é demais ser excessivamente correto. A porta que leva ao Jardim Celestial é estreita e devemos sofrer com alegria para passar nela.

A Verdade não se impõe. Cabe a nós nos tornarmos livres de preconceitos e amarras, aquietando nossas mentes, para que possamos reconhecê-la quando a encontrarmos.

Que Jesus abra os nossos olhos e ilumine nossos passos! Amém!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Sobre as drogas

Como uma banheira que foi enchida com um copo de água por cada usuário. Nessa banheira encontra-se um bebê. Quem afogou esse bebê? A fonte de água ou os copos derramados? O último copo ou o primeiro? Certamente foram todos! Os copos nada fariam sem a fonte. A fonte nada faria de ruim sem os copos dos usuários.

Nesse exemplo, nós todos somos os usuários. Temos o copo na mão e fazemos com ele o que quisermos. A banheira é a sociedade, o planeta, nossa casa. O bebê é nosso futuro, nossos filhos e netos. Podemos usar a fonte para saciar nossa sede, ou para assasinar nosso bebê. Podemos usar para regar a flora ou para encher a banheira.

Talvez seja um exemplo um tanto quanto tosco; contudo, assim é a regra de todo consumo consciente. Especificamente nesse caso sobre as drogas. De onde vem o dinheiro do traficante? De onde vem a tentação de vender drogas? Vem do dinheiro entregue pelos usuários. Muitos deles com a desculpa esfarrapada que mesmo sem a pequena parcela que são responsáveis a bagunça já estava e continuará armada na sociedade.

Trabalhar como um beija-flor tem disso. Cada um preocupado com a sua parte. De pouco em pouco, todos são responsáveis por tudo. Todos somos um. Se a vida é ruim, é nossa culpa. Se a vida poderia ser melhor, é tão somente nossa culpa.

Então, mesmo fazendo nossa parte adequadamente, também somos responsáveis pela parte alheia, já que, na verdade pura, somos todos um!

Muitos são os males que atingem nossa matéria, tão traiçoeira e perigosa.
E muitos são os sinais de tantos males em nossa sociedade.
A droga é um sinal claro da distância que nos encontramos do retorno ao nosso Início.
O Início é o fim da jornada!

O dia que parei com qualquer uso de droga será guardado eternamente em minha memória.
Em uma sessão ayahuasqueira, recebi um banho celestial gelado e nunca mais precisei deixar minha consciência adormecida para me sentir feliz! A Essência Divina veio e habitou meu ser, para nunca mais deixar.

Claro que ainda estou tão longe da Verdadeira Essência como estamos tão longe de abandonar o consumo de petróleo. Contudo, a percepção da beleza divina mudara o resto de minha vida e nunca mais precisei pitar canabis ou consumir álcool para me sentir feliz.

"Ogum não devia beber
Ogum não devia fumar
A fumaça é a nuvem que passa
E a cerveja é a espuma do mar"

É um assunto tão amplo, tão complexo...
Findaria o dia e não chegaria ao fim.
Assunto esse que chega a umedecer meus olhos, confesso.
Tantos males, tanta tristeza, tanto sofrimento... Quão pobre é nossa sociedade de espírito! Óh Deus, olhe por nós! Abra os nossos olhos para que saibamos onde se encontra o verdadeiro ouro! Aquele que não vira pó nem no tempo nem no espaço!

Feliz devemos ficar quando um só consegue se livrar desse monstro!
Pois, quando um só se eleva, eleva o mundo!!

Que Deus nos guie e seu Arcanjo Rafael nos cure de todos os males!
Amém!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

O Bom Velhinho - Escrito em 25 de dezembro de 2007

A grande maioria das pessoas quando adultas deixam para trás a esperança e a fé na existência desse velhinho tão bondoso e caridoso. Digo velhinho porque há muito tempo ele baixou cá neste planeta de provações, há mais de 2000 anos atrás, e antes disso também. Contudo, esse velhinho tem uma energia incansável e renovada a cada momento de gratidão da pessoa lembrada e presenteada.

Essa descrença surge por diversos fatores, o qual o mais corriqueiro é o fato da criança só conhecer Papai Noel fantasiado e os presentes de Noel que vem dos próprios pais. Esse laço familiar estreito é restritivo desse sentimento natalino, pois antes de tudo o pai dará a vida pelo filho que ama. Como acontece com as drogas entorpecentes, que são divulgadas como apenas um monte de coisas ruins que ninguém deve se aproximar. Caso a abordagem pedagógica fosse pela realidade, os resultados seriam extremamente mais satisfatórios. Um jovem que aprende de forma convencional nos tempos atuais, quando se depara com o entorpecente e aprende que ele dá certo prazer (embora efêmero) que para quem não tem prazer verdadeiro na vida já parece um paraíso divino. Este jovem se entrega ao que ele acredita ser a verdade.

É verdade sim que as drogas são fantasias ridículas daqueles que, como este que vos fala já esteve, estão muito afastados da morada de Nosso Pai Celestial. Assim também é o sentimento equivocado do bom velhinho. Aqueles que deixam de merecer, ou nunca fizeram por merecer, uma boa amizade que o pode agraciar com uma lembrança na comemoração do Natal do Mestre Jesus, nunca acreditarão em Papai Noel, e certamente terão pouco caso com a idéia desse fato.

Importante é ressaltar que não se trata de uma pessoa encarnada ou que já tenha encarnado e sim um sentimento, ou energia, que envolve os mais sensíveis a mergulhar numa esfera de caridade plena abençoada pelo bom velhinho e por Jesus Cristo Redentor. Como explicado em palavras anteriores, a caridade é um sentimento de bem querer ao próximo, sem exceção de proximidade, um bem querer a toda humanidade e planeta. A partir desse sentimento semeado por Cristo há muito tempo, a graça de dar se torna surpreendentemente superior à alegria de receber. E quão é essa diferença que torna possível esse sentimento ser infindo e sempre novo.

Espantoso são as “linhas tortas” em que a Providência Divina relata nossa passagem material. Não se pode negar que muitos presenteiam por obrigação, ou por esperar algo em troca, seja outro presente ou o mérito de presentear. Esses ainda se encontram um pouco longe dos ensinamentos de Jesus e da missão do bom velhinho. A graça maior de presentear ainda não chegou a seus corações.

“Que sua mão esquerda não saiba o que a sua mão direita dá”. Ensinamento trabalhoso, mas gratificante! Não há de se propagar a notícia do doador do presente ou dos presentes caso este (ou esta) faça questão de manter-se no anonimato simplesmente pelo bom grado de presentear sem esperar algo em troca. Para tanto, o bom velhinho surge para que um alvo seja encontrado para ser apontado como instrumento da Providência Divina.

Isso ainda é necessário por nossa atual limitação de aprender os ensinamentos do grande Mestre, e não entender que Deus se serve de tudo e de todos para prover o que deve ser provido a qualquer que seja. Deus não vai contra as leis da natureza, que Ele próprio criou. Ele age de acordo com as coisas em nossa volta, seja um animalzinho, uma planta ou mesmo pessoas. Muitos anjos passam em nossas vidas, principalmente se fizermos por merecer, e não nos damos conta por esperar que um anjo tenha asas e uma auréola. Muitas pessoas encarnadas são anjos da corte celestial que, muitas vezes, até eles próprios desconhecem esse fato. Os motivos desse desconhecimento são os mesmos que fazem nossas memórias de nossas vidas passadas ficarem fora de nossa mente. Todavia, nada é esquecido em nosso espírito e de tudo que passamos há um sentimento em nosso coração, cabe a nós escuta-lo e compreende-lo. É a Sabedoria Divina!

Que o bom velhinho nos abençoe e reflita sua caridade em nossos corações!

Amém!

domingo, 22 de junho de 2008

O KARMA



Uma frase que nenhum crente em Deus desacredita, pelo menos não publicamente, é que "Deus é perfeito".

Definir Deus é, não quase, mas totalmente impossível para nós, seres tão limitados em nossos pensamentos, falas e formas de expressar e perceber a realidade. Seria como uma formiga querendo definir o universo. É uma coisa que foge a nossa capacidade. É muito além de qualquer lugar que pudéssemos imaginar.

Assim sendo, a completa perfeição e grandiosidade daquilo que sempre foi é inancansável para meros seres encarnados. Todavia, as leis da natureza, as quais são a mais perfeita expressão de Deus neste planeta, são totalmente pássiveis de estudo, conhecimento e compreensão.

Mesmo sendo tangíveis, não quer dizer que se tornam fáceis de entender, muito menos de explicar. A completa compreensão das leis da natureza significa o que podemos chamar, de forma simplória, de iluminação.

Dentro dessa discussão, uma lei infalível e que rege tudo o que vivemos, sofremos e recebemos é o que no espiritismo e em outras linhas orientais se chama de karma; e na física se chama de terceira lei de Newton, lei da ação-reação.

Quando ainda ferrenhamente aprisionado nos dogmas da Igreja Católica, palavras como karma, reencarnação e outras, para mim, soavam como coisas do "demônio". Assim fui levado a pensar, o que realmente não acrescentou nada em minha evolução. Agradeço imensamente tudo que aprendi nos estudos católicos, inclusive as pessoas que me ensinavam coisas erradas (pois sei que era com uma boa intenção em suas mentalidades). Ainda hoje gosto muito de ir à missa. É um ritual cheio de simbologia e, se entendido em seu lado oculto, ensina muito sobre a passagem da alma no ciclo de samsara.

Bem, deixando o passado passar e voltando ao assunto em questão, a lei infalível de Deus, as leis deixadas na natureza, como a gravidade, os ciclos, o karma, é a forma de entendermos o que Deus quer para nós. O grande professor não é aquele que dá os peixes, mas o que ensina a pescar.

Deus, em sua infinita bondade, não quer nos colocar em um inferno permanente, ou nos castigar por termos desagradado Sua vontade. Ele quer que aprendamos a sermos Sua imagem e semelhança.

O karma em si, não é bom nem ruim. Simplesmente é. É uma lei infalível e imparcial. Através de seu estudo, conseguimos aprender que toda ação gera uma reação. Tudo o que fazemos tem uma consequência. Tudo o que pensamos tem uma resposta. Seja bom ou ruim. Nem mais nem menos, mas em proporção perfeitamente igual.

Não é admissível culparmos Deus por nos machucarmos ao cairmos de um penhasco. Se caimos, nos machucamos. A culpa não é de Deus. Também não podemos realizar jogarmos uma pedra de cima do penhasco e ela ficar flutuando. Não faz sentido Deus burlar as leis que Ele mesmo criou.

O que recebemos, sempre é por nossa culpa. Isso jamais, em nenhuma verdadeira religião, foi ordem de conformismo. O Mestre nos entrega seus talentos para que os multipliquemos e não para os enterrarmos.

Todas as vezes que encarnamos, é para correr atrás do que nós mesmos amarramos para nossa viagem em nosso calcanhar. Temos que trabalhar, depurar nossas vontades altamente egoístas, para que fiquemos mais leves e possamos chegar mais alto.

Quando recebemos algo que não gostamos em nossa vida, logo nos passa a idéia "só pode ser karma", calculando ser um castigo por algo ruim que tenhamos feito em outra vida. Grande erro comete aquele que permanece com esse pensamento. Certo é que tudo é devido ao karma, mas o karma não é nenhum carrasco que vem cobrar o que devemos. Ele simplesmente é a garantia que temos um Professor que nos ama, e muito!

Iríamos culpar a gravidade pelos machucados ao cairmos do penhasco?


Quase todo espírito que se dispõe a descer novamente à Gaia é por vontade própria, para espiar as suas falhas, que é posta para nossa avaliação quando estamos desencarnados, livres das amarras da ilusão da matéria densa (como é a nossa).



Um pedreiro pode colocar um tijolo por dia em sua casa. A obra estará pronta, mais cedo ou mais tarde. O mesmo pedreiro também pode trabalhar ardentemente para que a obra fique pronta o quanto antes, podendo até solicitar auxílio para seu propósito. Independente do ritmo da construção, a loja fornecedora de material estará aberta todos os dias, normalmente, eternamente. Dependerá apenas da vontade, do empenho e do suor do dono da construção.



Para aqueles que tem a visão mais além, torna-se fácil a decisão. É necessário curar, tratar, resgatar o máximo de pendências a cada encarnação, para que a Glória Eterna, o Reino Celestial, o Céu, ou seja qual for o nome dado, seja alcançado o quanto antes.

Em verdade, o Céu é sempre o ponto mais alto que podemos alcançar de acordo com nossas limitações.

Cada um em seu ritmo, conforme a sua escolha e seu trabalho, chegará ao início de tudo, ao Pai Supremo. Sem exceção, mais cedo ou mais tarde, todos chegarão. Uns antes, outros depois, mas todos alcançarão.

Somente um deus tribal faria um paraíso onde apenas uns preferidos entrariam. O Verdadeiro Deus, é Pai de todos, sem exceção.

A porta dos Céus é estreita porque deixar o ego inferior para trás, literalmente e não apenas em nossa mente, é um trabalho árduo, que não é para muitos.

A maioria irá pelo caminho plano, com porta larga, que demora muito mais, e por isso, tem muito mais pedras pelo caminho (sendo muito maior o karma a ser trabalhado portanto). Poucos terão força de vontade e capacidade para escalar a montanha pelo caminho íngrime, espinhoso e difícil, por onde pode-se chegar ao destino final mais rápido, mas não com menos trabalho.

Para uma facilidade no aprendizado, devemos enxergar o karma não como punição, mas como prova do amor de Deus para conosco. Assim, tornar-se-ão mais eficazes as nossas lições. Assim digo, porque assim aprendi. Não tenho dúvida que quando sofremos, se não reclamamos, mas recebemos com resignação o que merecemos, alcançamos o propósito do ensinamento. Mas quando sofremos sem parar de reclamar, seria como querer assar um bolo sem parar de abrir o forno.

Mesmo não sabendo ainda o gosto final do bolo, se não abrirmos o forno e aguentarmos o tempo e o procedimento adequado, com fé na receita, teremos ao final um bolo bonito e vistoso para nós mesmos e para nossos convidados.

Que Deus nos abençoe, nos dê força e abra nossos olhos!